terça-feira, 27 de novembro de 2012

Entrevista: Gustavo Bertholdo


O cirurgião-dentista Gustavo Bertholdo é especialista em Dentística e Implantodontia, além de mestre em Prótese pela UNINGÁ. Atualmente é professor de Prótese da UNIVAG - MT e atende em consultório particular em Cuiabá - MT. Ainda, ministra palestras no Brasil e na América Latina, focando a odontologia estética.



1-Qual a grande tendência em odontologia estética para você?

Para não virar clichê, minha resposta será diferente do que normalmente é, portanto eu creio que a grande tendência na Odontologia em geral e também na Odontologia Estética, seja a união do
conhecimento cientifico com grandes habilidades clínicas, integrando todas a especialidade para a resolução dos casos clínicos, pois ninguém trabalha sozinho mais. Aquela máxima que falava, “sou bom na prática, e na teoria mais ou menos” não existe mais, digo isso porque infelizmente ainda vejo nossos alunos de graduação falarem assim diariamente, e lamentavelmente, quem só sabe fazer em prática sem conhecimento cientifico, está fora do mercado de trabalho.

2-O que vc acha do DSD para resolução de casos de estética em dentes 
anteriores? Ele é sempre necessário?

Primeiramente eu gostaria de fazer uma consideração sobre a técnica desenvolvida pelo Professor Christian Coachman, o DSD, eu acredito que o Christian teve uma grande sacada quando desenvolveu essa técnica, o DSD é um conceito brilhante, que veio pra marcar a historia da Odontologia Estética. Com a utilização do DSD, nossos resultados são mais precisos, pois conseguimos metrificar exatamente e pontualmente o que, onde e quanto tirar ou acrescentar, tanto em gengiva, quanto em dente. Respondendo a segunda pergunta, “ele é necessário?” eu creio que sim, para os profissionais que querem ter resultados mais precisos, com certeza o DSD vai ajudar a resolver algumas duvidas em relação ao desenvolvimento de quase todos os os casos clínicos.

3-Quais as indicações para restaurações cerâmicas em dentes anteriores?

As cerâmicas Odontológicas tem se mostrado um material extremamente versátil, hoje em dia podemos indicar as restaurações cerâmicas para muitos tipos de casos, desde dentes unitários escurecidos, até sorrisos que apresentam diversos tipos de substrato, como raízes escurecidas, e prótese sobre implante, lembrando que devemos respeitar a quantidade suficiente de espessura para que o nosso ceramista possa trabalhar.

4-Qual o tipo de material cerâmico você gosta de utilizar para procedimentos restauradores de laminados e microlaminados?

Gosto tanto das cerâmicas feldspáticas como o dissilicato de lítio, muito embora me sinto mais seguro para fazer a cimentação de laminados em dissilicato, pela resistência intrínseca do material antes da cimentação.

5-Você acredita em reparo para restaurações cerâmicas?

Depois que li a tese de Doutorado de um Amigo chamado Daniel Malta de Florianópolis, eu acredito sim, em seu trabalho foi demonstrado alguns protocolos para fazer esse reparo, esse trabalho ficou belíssimo! mas acredito nesses reparos apenas para pequenas lascas que podem ocorrer, para casos mais extensos prefiro substituir a peça. 


 6-Suas fotografias, especialmente as de finalização do tratamento são excepcionais. O que você acha da fotografia digital na odontologia e que equipamento você indicaria para o clinico geral adquirir?

Eu acho que a fotografia veio pra ficar, creio que a fotografia deveria ser ensinada na graduação, e que um conjunto semi-profissional deveria estar incluso na lista de materiais de qualquer faculdade de graduação já no primeiro ano. O hábito de fotografar é fundamental para melhorarmos nosso trabalho do dia a dia. Não sou professor de fotografia, mas eu poderia indicar um conjunto básico, que os grandes nomes da fotografia mundial como o Ivan Yoshio, Dudu Medeiros e Mauricio Peña indicam em seus cursos, que seria, corpo fotográfico semi profissional (marca Canon ou Nikon), lente macro 100 mm, e um flash circular ou twin flash, com o tempo novos acessórios vão sendo adquiridos de acordo com a necessidade e paixão de cada um, digo paixão porque a fotografia é extremamente apaixonante!

7-O que você acha sobre a técnica dos fragmentos cerâmicos? Existe durabilidade mecânica e estética para essas restaurações?

Eu acredito fortemente nos fragmentos cerâmicos, muito embora não existam muitas pesquisas cientificas que acompanham essa modalidade, mas sei também que existem profissionais que a fazem a muito tempo. Creio que devemos ter um bom controle pós cimentação com polimentos frequentes na interface dente-restauração, lembrando que esse polimento pode ser feito com pontas de borracha para porcelana, com o sentido da rotação dessas pontas deverá ser do laminado para o dente, também devemos esperar o que os estudos longitudinais dirão daqui alguns anos.

8-Tem algum professor ou profissional em que você se espelha?

Existem vários grandes professores e profissionais em que eu me espelho, dentre eles: Meu pai Elson Bertholdo, Baratieri, Kina, Hirata, Scopin, Higashi, Calixto, Kabbach, Clavijo, Barrote Albino, Eustaquio, Valadão, Vernazza, Peña, Souza Junior, Irmãos Magne, Claudio Pinho, Garófalo, Rodrigo Amaral, Mauro Boer, Douglas Cortez, Renato Interliche, Carlos Caceres, Santiago Cofre, Tiago Spezia, Fabio Fujiy, Guilherme Noriaki,  Newton Cardoso, Newton Fahl, O grupo Implanteperio representado por Joly, Robert e Paulo Fernando, Rogério Marcondes, Fabiano Marson, Fabiano Araujo, Cleverson Silva, os Marcelos do Atelie Oral. Em relação aos ceramistas: Paulo Battistella, Francisco Mello, Giovani Gambogi, Romanini, Marcos Celestrino, Patrick Schnider, Rodrigo Monsano, Olivier Tric, Murilo Calgaro, Léo Bocabella, Cristiano Soares. Certamente me esqueci de citar muitos outros profissionais que são uma grande referência pra mim e para muitos, mas espero que todos que realmente amam a Odontologia se sintam representados nessas pessoas supracitadas.

Entrevista realizada por Eduardo Souza Junior

domingo, 23 de setembro de 2012

Zircônia: Resistência mecânica x adesividade

As restaurações cerâmicas têm sido cada vez mais utilizadas pelos profissionais que procuram devolver estética ao sorriso dos pacientes. Dessa forma, as cerâmicas reforçadas tem sido amplamente estudadas, garantindo assim resistência mecânica aos esforços mastigatórios, substituindo o metal nas infra-estruturas. Dentre as cerâmicas reforçadas, as que utilizam o reforço com óxido de zircônio (zircônia) estão sendo amplamente estudadas devido à sua alta resistência à flexão e propriedades mecânicas, o que torna possível a sua utilização em próteses fixas de até 10 elementos. Entretanto, existem 2 grandes desvantagens das restaurações cerâmicas reforçadas por zircônia: 1- o coeficiente de expansão térmica que é muito diferente da cerâmica feldspática de cobertura, o que muitas vezes provoca a delaminação (chipping) da cerâmica de cobertura; 2- a união deficiente aos cimentos resinosos disponíveis, já que sua superfície interna não consegue receber um tratamento adesivo tão eficaz quanto as cerâmicas vítreas. Sendo assim resta uma dúvida: o que seria melhor, a alta resistência mecânica da coroa cerâmica ou uma correta adesividade com o substrato dental? A tendência é que se procurem maneiras de alterar a composição da cerâmicas de zircônia, para que o seu coeficiente de expansão térmica seja o mais similar possível com a cerâmica de cobertura e, além disso, desenvolver algum produto ou técnica para tratamento interno de superfície para promover as microretenções e consequentemente melhorar a união cerâmica/cimento resinoso. Alguns pesquisadores da New York University (NYU) tem estudado a possibilidade de graduar a cerâmica de zircônia com vidro, para que esta possa ser condicionada com ácido fluorídrico e melhorar a união com o substrato. Outros pesquisadores investem em desenvolvimento de primers para metal (o zircônio é um metal branco) com o intuito de estabelecer uma união química entre zircônia e cimento resinoso. Outros estudam tratamentos de silicatização (aplicação de sílica de maneira triboquímica) na superfície interna da peça. Mas, no Brasil ainda é pouco difundido. Creio que as restaurações com cerâmicas à base de zircônia tem indicação e o protocolo mais aceito e utilizado de cimentação hoje seria: Superfície interna da cerâmica: 1- silicatização (cojet ou Rocatec - 3M Espe); 2- aplicação de primer para metal (Alloy Primer -Kuraray; Metal/Zircônia Primer - Ivoclar Vivadent), 3- aplicação de cimento resinoso de cura química (a zircônia não permite uma adequada passagem de luz para a polimerização física do cimento resinoso). Para a estrutura dental: protocolo adesivo convencional ou autocondicionante. Os cimentos auto-adesivos tem se mostrado promissores (apenas de maneira imediata, não a longo prazo) de promover uma boa união com a zircônia, devido aos monômeros fosfatados, que possuem uma boa união ao metal. Diante disso tudo, temos que garantir uam boa retenção mecânica da minha preparação dental, para não depender da adesão do cerâmica com o dente e torcer para que não haja o lascamento da cerâmica de cobertura das peças cimentadas ao longo do tempo. E ai voltamos à pergunta inicial: o que seria melhor, a alta resistência mecânica da coroa cerâmica ou uma correta adesividade com o substrato dental? Acredito que as cerâmicas à base de zircônia tenham sua correta indicação (cada caso é um caso) e deve ser analisado de maneira bem cautelosa, pois as cerâmicas vítreas reforçadas, como as reforçadas por dissilicato de lítio, leucita e infiltradas por vidro (alúmina) possuem alta resistência adesiva e estética, quando realizadas de maneira correta e com a indicação certa. Cabe a você, profissional, pesar os prós e os contras do caso em questão. E, mão na massa. Viva as possibilidades de tratamento com cerâmica!

                                         Caso inicial

                                         Copings em zircônia (E.max Zir-CAD, Ivoclar Vivadent)

                                         Coroas cerâmicas reforçadas por Zircônia (Cerâmicas realizadas no Laboratório Aliança, Técnico Marcos Celestrino, SP, Brasil)

                                         Caso finalizado

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Entrevista: Luciano Cabral


O Dr. Luciano Cabral é cirurgião-dentista, especialista em Prótese Dental pela USP - Bauru, além de técnico em prótese dental. Atualmente é clínico em tempo integral no Rio de Janeiro.



 

1-Qual a grande tendência estética em Implantodontia?

Acredito que não haja uma única tendência estética dentro da Implantodontia atual, o que observo é que todos os recursos atuais disponíveis, buscam sempre a otimização dos resultados clínicos. Em se tratando da Implantodontia propriamente dita, vejo um avanço considerável na estrutura dos implantes como desenho de superfície, tratamento superficial, passos de rosca, ou seja... tudo para otimizar uma osseointegração no menor tempo possível e impedir ou diminuir a perda óssea marginal após a instalação dos mesmos. Tratamentos como implantações imediatas, com provisionalização hoje já são uma realidade, trazendo conforto e segurança para os nossos pacientes. Na parte de Reabilitação Protética, acredito que as infra-estruturas em Zircônia, assim como os intermediários ou abutments estéticos, otimizaram em muito o perfil estético dos trabalhos sobre implantes, principalmente na região anterior. Sistemas de fresagem CAD-CAM, resinas e cerâmicas na cor da gengiva, e com a qualidade cada vez maior dos nossos técnicos, acredito que em um futuro bem próximo, tornará os tratamentos sobre implantes, praticamente imperceptíveis do ponto de vista estético.

2-Por que fazer um implante ime­diatamente após a exodontia?

Citada inicialmente por Whorle, a grande vantagem de se fazer um implante imediato é a possibilidade de manutenção dos tecidos moles e duros existentes, levando a resultados estéticos positivos sem a necessidade de pro­cedimentos posteriores para aumentar esses tecidos, além de evitar uma nova intervenção cirúrgica através da reabertura para confecção da prótese definitiva, pois o paciente já estará com os componentes protéticos instalados.

3- Quais cuidados deverão ser analisados para o sucesso neste tipo de tratamento?

A correta seleção do caso, com a análise de vários itens, é que vai ditar o sucesso des­te tratamento. Presença de osso remanes­cente apical à raiz para ancoragem primária do implante; exodontia minimamente invasiva ou atraumática, preservando a arquite­tura óssea local; o correto posicionamento tridimensional do implante e contornos adequados das coroas provisórias (correto perfil de emergência) são os fatores mais importantes que contribuirão para o sucesso do tratamento. Também é muito importan­te que o profissional tenha feito uma ótima anamnese, certificando-se de que o paciente encontra-se com boas condições de saúde.

4- E quando após a exodontia do elemento dentário nos depararmos com defeitos ósseos no alvéolo?

Trata-se de uma ocorrência comum, por isso, devemos ter o máximo cuidado durante a exodontia, evitando sempre que possível o uso de fórceps e os movimentos de rotação para não alargar o alvéolo. O uso de peri­ótomos e minialavancas tem se mostrado bastante eficiente nesta prática. Em algu­mas situações favoráveis, pode-se realizar a exodontia através de extratores mecâni­cos, como o Benex Root Extraction System, preservando ao máximo a fina tábua óssea vestibular, que é de suma importância para a previsibilidade estética deste procedimento. O espaço formado entre o implante e o alvé­olo deverá ser sempre que possível preenchi­do com osso autógeno ou um bom bioma­terial, permitindo a formação óssea em um tempo reduzido, além de melhor qualidade, principalmente, com carga imediata.

5- Devo instalar o implante na mesma direção da raiz, ou seja, aprovei­tando o alvéolo existente?

É um dos erros mais comuns neste tipo de tratamento o cirurgião tentar acompanhar a direção da raiz ou do alvéolo pré­-existente levando ao fracasso no correto posicionamento do implante. O correto po­sicionamento tridimensional do implante é de extrema importância para evitar erros no seu posicionamento. No sentido ápico-coro­nal, a plataforma do implante deverá ser co­locada cerca de 3 mm em direção apical da margem gengival, coincidindo com o nível da crista óssea alveolar. No sentido vestíbu­lo-palatino, devemos sempre fazer a perfu­ração para a tábua óssea palatina (fugindo do alvéolo pré-existente) para aumentar a estabilidade inicial e preservar a tabua óssea vestibular. No sentido mésio-distal devemos manter uma distância mínima de 1,5 mm do implante as raízes dos dentes adjacentes, permitindo que o tecido inter-proximal e o nível ósseo sejam mantidos.

6- Quais cuidados devemos ter ao confeccionar a prótese provisória?

É importante o correto perfil de emer­gência sub-gengival da coroa provisória, per­mitindo o preenchimento de todo o espaço da embocadura alveolar e manter a anatomia do contorno gengival para evitar suturas. Uma ligeira concavidade da porção sub-gengival permitirá a maturação adequada dos tecidos moles, contribuindo para a sua acomodação. Convexidades nessa região poderão acarretar em sobrecontornos, exercendo pressão sobre a gengiva e podendo levar, desta forma, à re­cessão gengival, principalmente, em fenótipos delgados. Para concluir, a instalação imediata de um implante logo após a exodontia, com colocação imediata de uma coroa provisó­ria, tem se mostrado um tratamento muito seguro, quando bem indicado. Evite, sempre que possível, retalhos nestas situações, dessa forma, manteremos a vascularização local e contribuiremos muito para o resultado esté­tico deste tratamento.

7-Tem alguém que te inspira na Implantodontia?

Penso que qualquer profissional atuante em uma determinada especialidade, busque sempre se inspirar nas pessoas que são referências. Nesse contexto, é inegável não colocar em primeiro lugar, o professor P-I Branemark,precursor de toda a história da Implantodontia. Citaria também o professor Carl E.Misch, com seus ensinamentos clássicos, através de sua literatura ( não conheço um Implantodontista que não tenha seus livros).São muitos, poderia fazer um longo texto citando todos que admiro, mas aqui no Brasil tenho uma admiração por alguns nomes como o prof. Mário Groisman, Wilson Roberto Sendyk,Aziz Constantino, Fábio José Barboza Bezzera,Geninho Thomé, Laércio Vasconcelos, Carlos Eduardo Francischone,Hugo Nary Filho, entre outros.

Entrevista realizada por Eduardo Souza Junior (perguntas 1 e 7). Demais perguntas da entrevistas foram originalmente publicadas no Jornal da APCD (2012).

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Classe IV - Estratificação com resina composta

                                         Caso inicial, evidenciando a fratura do 21.

                                         Posicionamento da guia palatina de silicone para facilitar a inserção da resina composta.

                                         Bisel realizado.

                                          Condicionamento com ácido fosfórico.

                                          Inserção da camada translúcida para a face palatina e resina Bleach XL para a confecção do halo opaco incisal (4 Seasons, Ivoclar Vivadent).

                                         Após a inserção de camada de resina opaca correspondente à dentina, é realizada a aplicação de uma resina translúcida para esmalte (4 Seasons, Ivoclar Vivadent).

                                          Final imediato, sem acabamento e polimento.

                                          Após acabamento e polimento, observa-se a excelência obtida pela face palatina.

                                          Caso finalizado. observa-se a integração da restauração com os tecidos dentais e adjacentes, devolvendo a harmonia ao sorriso do paciente.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Entrevista: Luiz Narciso Baratieri



O professor Luiz Narciso Baratieri dispensa comentários. É um profissional que, como poucos, entende e ensina a odontologia restauradora estética para dentistas do Brasil e do mundo afora. Dentre o seu vasto currículo, é professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC - Brasil), possui Mestrado e Doutorado em Dentística pela USP, além de Pós-Doutorado pela Universidade de Sheffield (Inglaterra). Além disso, é especialista em periodontia e possui mais de 120 artigos publicados nas revistas científicas de grande impacto, além de inúmeros livros em sua autoria, traduzido para mais de 5 idiomas. Ministrou mais de 300 cursos na carreira e ainda se compromete com a formação de muitos alunos. E é com grande satisfação que esta lenda se disponibilizou a dar a entrevista que, com certeza, será de grande valia para todos. 





1 - Para você, qual a grande tendência de odontologia estética hoje?

Na verdade, acredito que não seja mais uma tendência e sim, três GRANDES realidades: 1- A implantodontia a serviço da odontologia estética. 2- as restaurações parciais de cerâmica, em especial, as chamadas FACETAS CERÂMICAS. Especialmente agora, estas são possíveis, em várias situações, sem a necessidade de desgaste dental. Essas restaurações, apesar do preço mais elevado, possibilitam que uma gama maior de profissionais esteja apta a realizar adequados tratamentos do ponto de vista estético. Elas, na minha opinião, representam a mais democrática de todas as alternativas restauradoras. Algumas pessoas poderão pensar que são as resinas compostas, todavia, elas são extremamente mais diíiceis de serem usadas pela média dos profissionais. Vários pontos favorecem, hoje, a maior execução das restaurações cerâmicas parciais: a) as propriedades físicas, mecânicas e ópticas das cerâmicas atuais; b) a substancial melhoria na qualidade dos técnicos em prótese dental; c) a adesão aos tecidos dentais, em especial. Outro detalhe importante é que vários estudos mostram que a taxa de sucesso dessas restaurações é extremamente elevada. 3- Por último, mas não menos importante, está a possibilidade de concfecionarmos restaurações com o auxilio do computador (CAD/CAM).

2 -  Um profissional como você, que viu tantas transformações na odontologia, tanto de técnica, quanto da evolução dos materiais, qual foi a grande evolução da odontologia estética?

Sem dúvida alguma, a odontologia adesiva é a grande responsável. Sem os conhecimentos sobre adesão aos tecidos dentais duros que estão disponibilizados hoje,  a odontologia restauradora estética certamente não teria a força que tem. A possibilidade de unirmos aos dentes naturais, sem termos de, algumas vezes, desgastá-los,  materiais semelhantes a eles quanto a cor e propriedades físicas e mecânicas é algo que há poucos anos atrás era, para muitos, inimaginável. A odontologia adesiva, proposta inicialmente por Buonocore, um cientista dental impar, é a grande responsável por todas essas "novas" e fantásticas possibilidades que dispomos atualmente.  Porém sempre é bom lembrarmos que os achados de Buonocore ficaram adormecidos por cerca de  25 anos, por conta de um contingente enorme de céticos, atrasando, certamente a chegada desse maravilhoso tempo que vive a odontologia restauradora atualmente.

3 - Você acredita em proteção pulpar direta com sistemas adesivos?

Posso pular essa questão? Estou brincando. Já acreditei. Fui levado a acreditar, diga-se de passagem, por conta de EVIDÊNCIAS CIENTIFICAS disponibilizadas em revistas cientificas de alto fator de impacto. Por conta de publicações de pesquisadores, altamente renomados na época. Por conta disso (não estou querendo transferir responsabilidades) e pela minha inexperiência, ou quem sabe prepotência, executei esse tipo de procedimento inúmeras vezes e o que é pior, recomendei, inclusive através de um dos meus livros. Eu estava equivocado. Reconheço. Infelizmente, naquela ocasião eu tinha um amigo "cientista"em quem eu confiava muito e que também me estimulou a usar o procedimento. Para  meu espanto um tempo depois ele escondeu a aula sobre "Mitos Pulpares" e passou a atacar cientificamente aqueles que executavam tal procedimento. Por conta do meu equivoco passei muitos anos da minha vida “apanhando” de vários pesquisadores. Várias vezes presenciei pessoas me olhando como se estivessem dizendo: “esse aí é o “babaca”que coloca ácido na polpa”. Sem contar os inúmeros professores que passaram a me tratar mal ou que deixaram de falar comigo ( agora todos já voltaram a falar comigo). Ainda hoje tem gente que me pergunta assustado sobre isso. Sem contar os estudantes que me procuram e dizem: “meu professor diz isso e aquilo sobre o Sr., pelo fato do Sr., aplicar ácido na polpa”. Mas como aprendi com meu pai que “bom cabrito não berra”, fui levando a vida e, hoje, posso dizer, com a cabeça erguida, que INFELIZMENTE, eu estava equivocado mas que continuo na “luta” e que a “luta” tem sido ótima.

4 -  O cimento de ionômero de vidro ainda tem sua utilização como base de restaurações de resina compostas?

Acredito que sim. Embora eu não o use com a frequência que já o utilizei, ainda assim, em casos, por exemplo, de cavidades de classe II em que não há esmalte na margem gengival, ainda faço uso de um ionômero de vidro como base. Para ser sincero, cada vez que faço isso, sinto como se estivesse traindo a mim mesmo. Sinto como se alguém estivesse me espionando e dizendo: "Tá vendo. Tá vendo. Ele usa ionômero". Toda vez que uso um ionômero lembro, com muito carinho e respeito, da minha orientadora de doutoramento, a Professora Maria Fidela de Lima Navarro, que sempre foi uma estudiosa do assunto.

5 -  Pensando em uma restauração classe IV, ou III, você indica ou não a confecção do bisel e por que?

NÃO, NÃO INDICO. Respeito aqueles que indicam mas não vejo nem uma razão para isso. Já orientei alguns trabalhos de dissertação e tese sobre isso e verificamos que, com as resinas atuais, as quais são completamente diferentes das resinas do passado, quando esse artificio foi primeiramente indicado. Realmente NÃO acredito nas razões até hoje advogadas para fazermos biseis. Reafirmo, respeito aqueles que fazem uso desse artifício, mas não vejo necessidade. Pense no seu filho de 8 anos de idade com o dente 21 fraturado. Se você fizer o bisel NUNCA mais você terá a possibilidade de usar a estrutura dental que foi removida. Lembre que essas restaurações, especialmente em crianças, tem um tempo de vida útil muito baixo, da ordem de 5 anos. Até a idade adulta a restauração será substituída várias vezes, implicando em mais desgaste dental. A odontologia adesiva é fantástica exatamente por isso: IMPEDIR A NECESSIDADE DE DESGASTE DENTAL (pelo menos em algumas situações). Felizmente, tenho tido o privilégio de testemunhar, por todo o mundo, cada vez mais profissionais usando essa estratégia. E ninguém precisa brigar por isso.

6 -  Os sistemas CAD-CAM vieram para tomar conta do mercado da confecção de restaurações indiretas. Você acha que em um futuro próximo ainda terá espaço para as cerâmicas e metais obtidos por fundição?

Confesso que sou um apaixonado pela tecnologia CAD/CAM. Já faz 8 anos que uso, sistematicamente, na minha clínica privada o sistema Cerec da Sirona. Atualmente tenho um Cerec AC que me parece fantástico. Quanto mais uso mais apaixonado fico. Mas quanto a pergunta especifica não sei dizer. É provável que sim. 
    
7 -  Quando você se apresenta para uma platéia grande, como se sente?

Quando me apresento para qualquer platéia me sinto no céu. Amo fazer aquilo que faço. Faço para o público. Não importa o número de pessoas. Sempre dou o máximo.  Quando fiz a minha primeira apresentação em um congresso, lá se vão cerca de 35 anos, haviam apenas três pessoas no auditório. O professor que fez a minha apresentação, o moço responsável pela projeção e um senhor de cabelos branco. Nunca esqueço desse dia. Talvez tenha sido a melhor que já fiz (a primeira a gente nunca esquece, alem do fato de praticamente não ter havido testemunhas.). Até hoje sou amigo desse senhor ( por sinal um dos melhores dentistas que conheci na minha vida). Imagine se eu não tivesse dado o máximo. No mínimo ele teria saído da sala e teria interrompido a minha primeira apresentação por falta de público. Uma platéia grande depende do tamanho da sala. Uma vez fui a Manaus ministrar um curso e no auditório haviam mil e quinhentos lugares. Acontece que haviam apenas (para aquele imenso auditório) 350 pessoas (o que é um excelente número).  A sensação era de auditório vazio. De fracasso. Então sugeri mudarmos para uma sala menor, de trezentos lugares e com cinquenta cadeiras extras. A sensação passou a ser de um MEGA SHOW. Tudo que faço é para o público, não importa o tamanho. Mas é óbvio que um auditório cheio faz a adrenalina aumentar e torna tudo ainda mais agradável.

8 -  Para você, qual o tratamento restaurador estético mais difícil de se realizar?

Quase tudo que envolve o uso de resinas compostas em dentes anteriores é difícil. Inserir e polimerizar a resina é fácil, mas fazer a restauração se parecer com dente natural é muito difícil. Infelizmente poucos são, realmente, bons nisso. Por outro lado, muitas profissionais, por sempre darem o melhor de si acabam acreditando que fazem muito bem suas restaurações. Infelizmente não é isso que se vê. Nesse aspecto, quanto menor a restauração, como por exemplo, uma pequena classe III com extensão vestibular ou uma pequena classe V na superfície vestibular dos incisivos superiores, me parece mais difícil  igualar a cor da resina a do dente. As restaurações maiores sempre me pareceram mais fáceis. Embora elas também sejam muito difíceis. Restaurações diretas envolvem um aspecto muito importante e que é difícil de ser controlado, o estresse  da espera do resultado final. Outro aspecto muito importante é que não basta o profissional saber fazê-las apropriadamente. Ele precisa ter muita paciência, especialmente nas etapas finais. Isso demanda tempo e, geralmente, muitos profissionais acabam optando pela produtividade em detrimento da "excelência". Outro aspecto critico dessas restaurações é que as diferentes marcas comerciais de resinas compostas apresentam um comportamento óptico muito confuso e diferente em relação a elas próprias e aos tecidos duros dentais.

9 -  Você tem algum professor em que você se espelha ou já se espelhou?  

Claro. Tive vários professores em quem me espelhei. Vários. Em vários aspectos. Sempre gostei de prestar a atenção na forma como os meus professores estruturavam suas aulas. Sempre. Tive, ainda na infância, uma professora de português chamada Vera Bazzo que foi, provavelmente, a pessoa que mais me influenciou. As aulas dela, mesmo sobre gramática, eram um verdadeiro deleite. Ela tinha aquilo que julgo fundamental em qualquer professor, inclusive mais importante que o conhecimento (me perdoem). Ela tinha aquele brilho nos olhos que cativa as pessoas e que as colocam em coneção com aquilo que está sendo apresentado. Quando fiz meu mestrado e doutorado na FOB-USP, lá se vão muitos anos, tive um professor de endodontia, o Clóvis Bramante, que me fascinava com as suas excelentes aulas. E olha que ele não costumava usar slides. Nesse aspecto acredito que tive MUITA SORTE na vida, pois tive, realmente, ÓTIMOS professores. Sou grato a todos eles. Para finalizar gostaria de lembrar a todos, especialmente aos mais jovens, que continuo acreditando que, apesar dos problemas, a nossa profissão ainda é a melhor profissão do mundo. Torná-la ainda melhor só depende de nós. Felicidades para todos.

Entrevista realizada por Eduardo Souza Junior

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Contorno cosmético

                                         Caso inicial. Vejam as alterações de forma, ponto de contato e ameias incisais, que se encontram muito fechadas. Além disso, no tratamento de contorno cosmético do sorriso, ainda realizam-se modificações nas áreas de reflexão e dispersão de luz. Sendo assim, fez-se a análise dos desgastes conservadores nas regiões a serem tratadas.
                                          Notem em vistas laterais, o planejamento dos desgastes no modelo de gesso.
                                          Desgastes sendo realizados com pontas diamantadas e discos abrasivos.
                                           Inicial x final. Notem a harmonia e estética que foram devolvidos ao sorriso da paciente.
                                         Inicial x Final. Notem que nenhuma restauração foi realizada no tratamento remodelador cosmético.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Entrevista: Victor Clavijo


Victor Clavijo concluiu sua graduação em Odontologia pela Universidade Paulista em 2002, em seguida iniciou sua especialização em Dentística  Restauradora sendo finalizada em 2004 que deu-se continuidade sua trajetória acadêmica realizando Mestrado e Doutorado em Dentistica pela Universidade Estadual Paulista UNESP Araraquara concluído em 2011. Nesse tempo de pós graduação também realizou especialização em Implantes para dar suporte a sua formação na área restauradora. Atualmente divide sua atividade entre consultório particular em Indaiatuba, Rio de Janeito com Dr. Mário Groisman e com o grupo Implante Perio em São Paulo além de semestralmente realizar parte do Grupo Conexão Brasil - Bélgica junto ao renomado Dr. Eric Van Dooren.
Victor ministra cursos no Brasil e alguns países da America Latina, faz parte do grupo de professores do Instituto Implante Perio em São Paulo e possui um curso de módulos denominado Visão Restauradora junto ao Dr. William Kabback, formando o grupo Estética Restauradora.
Já publicou mais 40 artigos nas principais revistas nacionais e internacionais, todos com ênfase em técnicas para o dia-dia da clínica restauradora.

1-     Para você, qual a grande tendência de odontologia estética hoje?
Acredito que a tendência da odontologia estética seja voltar a ideia de clínica geral ou clínica integrada, ou seja, ser uma odontologia interdisciplinar, quebrando paradigmas onde estética seja somente porcelanas, pinos, resinas, e  sim enxergar em um contexto geral e não somente dentes. Tratar o paciente como um todo desde os músculos da face até os dentes. Portanto passo o seguinte recado aos nossos colegas: antes de pensarem em alguma especialização em estética, façam cursos de diversas disciplinas... ampliem seu conhecimento e somente depois entre afundo em uma área específica.

2-     Como que você vê a interdisciplinaridade na odontologia estética? Ela é imprescindível?
Com certeza hoje a odontologia estética, como disse acima, é uma clínica geral moderna, onde o clínico tem que estar atento a todas as possiblidades de tratamento da ortodontia a reabilitação oral, uma vez que acessibilidade as técnicas bem como os materiais são mais fáceis.  Hoje, portanto, podemos melhorar a qualidade do nosso tratamento ao paciente, deixando-o cada vez mais minimamente invasivo através da união das disciplinas. Sugiro como exemplo meu artigo publicado na Revista QDT 2012, onde foi realizado um tratamento com ortodontia, periodontia, implantodontia, prótese sobre implante e dentísitica restauradora, realizando-se uma reabilitação estética do sorriso sem nenhum desgaste da estrutura dental remanescente.

3-     Você é um profissional que preza muito pela beleza da documentação dos seus casos. Em que patamar a fotografia deve estar em um planejamento estético?

Gosto de fotografia, pois é com ela que aprendo todos os dias, onde observo meus erros e acertos. O congelamento da imagem para o planejamento é imprescindível uma vez que você pode observar detalhes com mais tempo e de diferentes ângulos. Sei que é difícil mudar paradigmas antigos e incluir a documentação fotográfica inicial na primeira consulta, porém quem aprende a planejar com fotografias juntamente com modelos, realiza um tratamento mais organizado, detalhado e com certeza muito mais previsível. Ou seja, a fotografia no planejamento estético deve estar em primeiro plano aliado se possível a analise D.S.D, idealizado pelo nosso amigo Christian Coachman e Marcelo Calamita, que também possuem um excelente artigo na Revista QDT 2012.

4-     Qual o melhor protocolo de cimentação para a cimentação de restaurações cerâmicas em zircônia? Existe um protocolo ideal?

    A literatura busca evidências e condicionamentos dia a dia, porém através de comunicação pessoal com Professor Sillas da USC- EUA, utilizo um condicionamento da estrutura com ultrassom por 5 minutos para limpeza de resíduos internos, seguido de aplicação de metal/zircônia primer zircônia, uma fina camada de adesivo com fotopolimerização por 20 segundo e a utilização do cimento resinoso U-100 3M ESPE. Existem vários protocolos porém utilizo o descrito acima.

5-     Qual a durabilidade de um tratamento com fragmentos cerâmicos? Esse tratamento restaurador tem longevidade clínica considerável?

     Fragmentos cerâmicos?! Cada vez mais no ``modismo odontológico``! O conhecimento sobre esta técnica obtive através de excelentes professores e com certeza um dos primeiros a realizarem esta técnica há uns 14 anos atrás, os Drs. Marcelo Kyrillos e Marcelo Moreira. A longevidade desses fragmentos que posso salientar foi através de casos acompanhados juntamente a eles, onde foi observado longevidade clínica de 10 anos, porém com alguns casos com manchamento da linha de união bem como a diferença de cor do dente natural com o fragmento cerâmico. Com certeza é uma realidade clínica, porém com suas indicações, o quê observo hoje são muitas pessoas divulgando a técnica sem ter experiência nem uma sequência de casos, influenciando assim outros clínicos a realizarem, porém esquecendo que confeccionar e colar é bem mais simples do que um dia ter remover! Para criar e colar o fragmento cerâmico é minimamente invasivo, mas para remove-los acredito que não seja.

6-     Para restaurações de classe IV: Fazer ou não o bisel?

    Hoje acompanhando casos com longevidade de 2 a 8 anos com resina compostas juntamente com meu parceiro William Kabbach, observamos que em restaurações que realizamos bisel obtivemos em grande porcentagem margens mais estáveis do que restaurações onde não os realizamos, portanto acredito que um mínimo bisel deve ser realizado para ter uma restauração com maior longevidade e consequentemente melhor comportamento estético.

7-     Para você, qual o tratamento restaurador estético mais difícil de se realizar?
      
      Na minha opinião, o tratamento estético mais difícil de se realizar é o planejamento estético e a sequência de tratamento, pois uma vez que estes são bem realizados a parte prática se torna mais previsível. Quanto a técnica, acredito que realizar excelentes restaurações em resina composta totalmente imperceptíveis a visão natural seria o mais difícil, uma vez que fotografia para cursos, revistas ainda mais com luzes rebatidas mascaram a realidade do dia a dia de muitos formadores de opinião, consequentemente iludindo os clínicos.

8-     Você tem algum dentista ou protético em que você se espelha?  

     Difícil pergunta! Dentistas me espelho em muitos... Desde aos que mudaram os paradigmas a alguns anos atrás, como o prof. Baratieri,  Kina, Hirata, Scopin, Paulo Kano a parceiros de hoje Joly, Paulo Fernando, Robert, Eric Van Dooren, Marcelo Calamita, Cristian Coachman, Marcelo Moreira , Marcelo Kyrillos, Mario Groisman, William Kabbach e  Fabio Fujiy entre outros. Quanto a técnicos com certeza meus parceiros Rodrigo Monsano, Leonardo Bocabella, Murilo Calgaro, Luis alves Ferreira e Marcos Celestrino.

       Entrevista realizada por Eduardo Souza Junior

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Remodelação cosmética com resina composta

                                           

                                           Fotografia inicial. Notem o diastema entre os incisivos centrais, além de alterações morfológicas, especialmente no terço incisal. Nota-se ainda a durabilidade do tratamento de colagem de fragmentos, também nos centrais.



                                         Foram feitos pequenos desgastes com ponta diamantada somente na região da linah de transição entre o fragmento e a estrutura dental.


                                         Condicionamento ácido da região a ser reanatomizada

                                        
                                          Aplicação de sistema adesivo Tetric-N-Bond (Ivoclar Vivadent)

                        
                                           Remodelação cosmética com resina Charisma Opal (Hereaus Kulzer). Caso finalizado.

 
                                          Estética e função devolvidos aos incisivos centrais superiores.